segunda-feira, 4 de maio de 2009

Há sempre um "malandreco"

A propósito dos anos da António, lembrei-me de uma história que aconteceu comigo, já não sei exactamente em que ano,  mas foi de certeza entre 1980 e 1982.
Estava eu numa aula de trabalhos manuais, numa sala enorme, num rés-chão, quando,  tocou incessantemente a campainha e veio a noticia que tinhamos que sair depressa porque tinha havido um telefonema com ameaça de bomba.
Era fim do dia, escuro, bem escuro, e frio, e lembro-me bem que a noticia foi tão levada a sério que nem nos deixaram pegar nas malas, nem nos casacos, nem lavar as mãos...
E eu estava a fazer um trabalho em barro, e lembro-me de ter saido da António, a correr, com o coração aos saltos e com as mãos cheias de barro, que enquanto eu, e os demais, corriamos para bem longe dos portões da escola, iam as minhas mãos ficando com o barro seco, sequinho, até doer dobrar os dedos.
Eu não morava muito longe da escola, e na altura morava num 6ºandar, mas o barro ficou entretanto tão duro que foi o suficiente para não conseguir tocar à campainha de minha casa, e não conseguir tocar no botão do elevador. Valeu-me um vizinho caridoso que entretanto chegou...
Depois, passei o resto do dia, dentro e fora da varanda de onde se via (sim porque hoje já só há prédios à volta) a escola, à espera de ver alguma coisa, mas só se viam bombeiros e policias,o que por si só já era um acontecimento!
e tudo junto fez que com passados estes anos todos ainda me lembre do dia em que fiquei com "... as mãos de barro..."...
Teresa Caiado

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Actividades a desenvolver pelos antigos alunos?